E para falar desse tema, nada melhor que iniciar com boas referências.
"Cantado
Eu não ando só.
Só ando em boa companhia.
Com meu violão
Minha canção e a poesia" Toquinho
Engraçado, depois de tantos pensamentos e emoções, não foi registrado nem sequer uma alusão ao meu violão. Já que me veio à cabeça sua lealdade, nada melhor do que expressar em algumas palavras, sua eficiência e criatividade para aflorar novos amores. É... amores e paixões afloradas por um objeto de madeira vinculado aos meus braços. Melhor que abraço de mãe, só do meu violão, e melhor que pele de mulher cheirosa só a dele, quando estou com vontade de dedilhar sobre suas cordas. Como pele de moça nova, meus dedos encontram no toque de algumas bossas um agradável som de viola, para levar minha mente a novos ares. E me faz conhecer, assim como aquelas moças, agradáveis sensações novas.
Certa vez me perguntaram como eu me apaixonava por um novo olhar tão rápido. Pergunta fácil de ser respondida, no entanto requer um pouco de ousadia para explicar questionamento tão simplório.
Na publicidade a gente diz que a simplicidade é a essência de qualquer criação. Funciona quase do mesmo jeito.
Antes de tudo é oportuno dizer que um bom violeiro deve ser ousado e confiante. É fundamental o ato de não "amarelar".
O grande responsável por tal questionamento é a música. Composta por simples notas e harmonias musicais. Afinal, maior simplicidade que a letra de uma música é difícil de encontrar. As reais dificuldades estão nas diretrizes e tempos, mas o final do resultado é tão simples que embebeda a alma. A música possui uma influencia extraordinária no comportamento humano. Pessoas são moldadas pela música. É possível detectar traços de personalidade apenas sabendo que tipo de música a pessoa gosta. Pessoas mais ecléticas, musicalmente falando, possuem maior facilidade de comunicação, bem como adequação em qualquer ambiente seja ele profissional ou pessoal.
Sim, mas onde essas influências se encontram, diante da paixão? Claro, a paixão. Digamos que a música é o combustível.
Portanto, encaremos a música como combustível passional, admito, que pela influencia do meu violão, me apaixono por qualquer rosto bonito muito antes que o previsto. Não que aqueles que não possuem esse dom musical, não possam obter esse comportamento ou fardo para os mais melancólicos. Mas como a pergunta foi direcionada a mim, preciso expor minhas experiências.
Pois bem, aonde mesmo entra o violão diante de tantas voltas? Entra no momento que meu estado de espírito funde com o que chamamos de razão e cria uma nova concepção de sentimento. Cada novo rosto é uma nova emoção, que se desmancha, ou não, nos alicerces do meu coração. Desculpem-me, mas não resisto à oportunidade de rimar. É um vício associar.
Cada novo rosto feminino, é um novo momento com meu violão, que não só fala suas notas, mas também ouve minha voz, ou minhas prosas e até mesmo as vezes, chora comigo. Minha capacidade de amar um novo ser é controlada. Exceto quando o ser cativante invade os limites da razão. Quase sempre eu consigo controlar minhas emoções. Quase sempre, repito. Existem garotas de beleza tão excepcionais que infringem minha capacidade lógica de raciocinar o óbvio. O que gera algumas duvidas pertinentes. Uma delas seria então: "o principal motivo da minha facilidade de gostar, seria diretamente proporcional à beleza feminina"? Não necessariamente, se faz necessário frisar um trexo do nosso amigo Vinícios de moraes, que pediu desculpa às feias, por ter alegado que a beleza é fundamental, serei obrigado a discordar de tal afirmação meu caro. Não por regra e sim por respeito e boa conduta. As feias têm o seu valor na sociedade. Mas as bonitas têm algo mais. Acima do valor. Uma questão mais subjetiva, que nos levaria a uma grande discussão. O grande diferencial da cultura ocidental para oriental é o fato de esta olhar sempre pro seu próprio interior, diferente do ocidente, que valoriza o externo. Ora, meu vício em mulheres bonitas, provém da minha cultura americanizada e/ou hollywoodiana que valoriza o que é belo? E por este motivo, talvez, na maioria das vezes, as lindas, algumas vezes, conseguem ultrapassar meus bloqueios de resistência contra desilusões.
"A partir de agora, se faz oportuno enfatizar.
Em forma de crônica adaptada irei falar.
Protegerei a identidade dos meus amigos, para a exposicão de suas imagens evitar.
Mas antes, segue vídeo (convertendo),
que retrada de certa forma, minha satisfacão ao cantar".
Capítulo I – A noite da dádiva e da dúvida.
Era um final de tarde de uma terça feira, quando os pássaros já buscavam os caminhos de suas casas e o verde degradê florescente das arvores já se tornavam escuros, gerando um ar mais frio e sereno. Foi quando Alexandre ligou para o celular de Marcelo e perguntou:
- Fala Marcelo, que horas começa a festa na casa do Thiaguinho? – perguntou Alexandre com entusiasmo de sexta feira, limitando-se a sorrir.
- Fala Alexandre, eu não sei exatamente a hora, até porque as festas do Tiaguera nunca começam na hora certa. Mas, encerrando o expediente eu vou pra lá. – disse Marcelo com um tom frio e objetivo, demonstrando que estava muito ocupado no trabalho.
Thiago mora com os pais em uma enorme casa, com um vasto terreno de área verde com pomares e jardins. Ao longo da churrasqueira, se situa uma piscina aquecida com hidromassagem. Junto a ela, na lateral oposta, fica o bar, repleto de comes e bebes. Todos os eventos privados entre amigos ocorrem lá.
A casa do Thiago, é o lugar aonde os amigos se encontram semanalmente, seja pra diversão ou para trabalho. O grupo de amigos é grande, composto aproximadamente por 13 pessoas, sendo uma luta desproporcional entre os sexos, onde a quantidade de homem ultrapassa nove. Enquanto três mulheres tentam por ordem na casa, dez homens embriagados tentam por a ordem no bar! Não deixando acabar a cerveja.
Conforme a chegada dos convidados ia acontecendo, Thiago recebia-os na porta com um uísque na mão e um cigarro noutra. Logo chegam seus amigos e amigas, primeiro os cachacereiros, pois sabem o bar repleto de whiskys e espumantes que os aguardam. Depois os mais controlados e por fim os mais compromissados com suas vidas profissionais. Sempre foi assim, nesta ordem. E claro. Se existe uma ordem cronológica de chegada, o ultimo a chegar a todos os eventos merecia uma ênfase na narrativa.
Quando estavam todos aconchegados em seus lugares bebendo, fumando e conversando, surge uma buzina de corneta dupla, com um fundo musical exaltando apenas o grave, parecia uma mistura de O rappa com Aerosmith. Ouvia-se mais o contrabaixo. Então Thiago levanta para receber seu amigo atrasado. Já se passara da meia noite.
- porra Marcelo, já falei pra você não buzinar na frente da minha casa! – Disse Thiago com ar levemente embriagado.
- foi mal papi, é porque eu amo a minha buzina. E não tem lugar no mundo melhor pra buzinar do que na frente da sua casa! Desculpa, não resisti mais uma vez. – disse ele com soando indiferença e deboche, como alguém que trabalhou mais de 14 horas e não vê a hora de ser “hidro” massageado.
- sério. Você sabe que eu fico indignado quando você faz isso. – insistiu Thiago na xaropada.
- Desculpa papai, já falei que foi uma brincadeira. Para de xaropar ai e me ajuda com os instrumentos. – acrescentou Marcelo novamente, indiferente à reação psica do seu amigo chato.
Ao chegar à entrada que da para o salão de jogos, que fica logo a frente da piscina, Marcelo notou que tinham mais pessoas que o normal. E então de súbito lhe veio algumas lembranças do passado, que lhe causaram vertigem, afinal passara maior parte da sua vida ali. Festejando. Naquele lugar, especificamente. Ele o conhecia muito bem. Sabia que algo estava para acontecer. Uma vez ou outra saiam para bares e boates da cidade. Afinal, era racionalmente falando, mais cômodo e conveniente para o grupo de amigos se encontrarem em festas privadas, ainda mais levando em consideração que situações inusitadas, como esta que Marcelo pré-sente e possivelmente esta prestes a entrar, podem acontecer, isso sim torna excepcionalmente conveniente encontros na casa de Thiago.
Cotinua...
Por, Caio Cesar de Aquino
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