quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Ação.

Ele está de volta.

certo de que a única forma superar o medo era encarando-a. Olho no olho. Não foi fácil. Muitas aguas rolaram em sua cabeça enquanto decidia-se em encarar a criança interna e fazer o que deseja há tanto tempo. Conhecê-la. Ele precisava fazê-lo.

Enquanto ia ao seu encontro, tentava memorizar falas ou expressões, mas ao mesmo tempo privou-se dos métodos e preferiu que o encontro fluísse naturalmente, como deve ser. Mesmo que suas mãos tremesses e suassem diante dela.

Na direção dela com as emoções controladas, o medo suspenso, a razão reassumindo seu posto, dizendo-lhe: “Não há erro. Basta dizer oi.”. Ao olhar em seus olhos um pouco distante, aproximou-se sem desviar o olhar. O foco era seu olho verde e grande, mas sua boca não perdia espaço. Era enorme e carnuda. Seu sorriso é longo, de forma que todos os dentes se mostram, com perfeita harmonia, dentro de outra harmonia: seu rosto por completo. Sobrancelhas expressivas, cabelo preto e pele clara. Era assim que ele o via. Desde o primeiro momento. Em milésimos de segundos ele é capaz de imaginar com perfeição em sua mente seu rosto.

Ele fere-se ou presenteia-se pensando que ao mesmo tempo que está tão perto, está tão longe. Não importa. Ele conseguiu. Todo o pesadelo e a dor no estomago acabaram. Contudo, ao terminar a conversa, depois de elogiá-la, retirou-se educadamente e partiu, pensando: “certo. Era só isso.” Realmente era só aquilo. Mas esse foi o Problema. Ele queria continuar ali, ficar o dia inteiro, ser amigo dela, poder ligar pra ela sempre que quisesse, atingir a zona de conforto sem precisar tremer, mas não, ele falou por volta de três minutos com ela e saiu e com uma voz suave ela diz: se precisar conversar, me ligar.” Sua sensação foi de indiferença. Mas raciocinou e percebeu que aos poucos ele vai se esforçando, ferindo-se, lutando, pois ela está disposta a conhecê-lo, mas antes, ele precisa se conhecer.

Por, Caio Cesar de Aquino

Dores de conflito

Está emocionalmente estável, com a cabeça centrada e o auto controle ajustado às circunstancias externas. Ninguém fala com ele, ele não fala com ninguém.

Antes disso. Quando voltava do almoço lhe veio à mente um sentimento que gerou uma forte emoção, com ar de liberdade. A coragem estava ali. Junto com ele. Mas o julgo também o perseguia. Temia o julgamento do seu primo, no momento em sua companhia e das pessoas.

Ele a viu lá de fora, assim como ela o viu. Porém ao passar na sua frente ela virou o rosto impossibilitando sua chegada árdua, que era mais uma jornada do que uma chegada, pois até aquele momento era só ele se perguntando a ele mesmo, com um pouco de medo do julgo próprio e da reação dela, sutilmente inconsciente. Um conflito interno.

Não desistiu aí. Pois está de volta. Ele pode ver a liberdade, sabe como acessá-la e como perdê-la. Pensou novamente dentro de si e disse: “vou descer daqui a pouco pra falar com ela, afinal estou livre”. Mas não foi tão simples assim. Sua mente não parava de pensar em falar com ela. Ele pensa dessa forma sentado em sua mesa de trabalho, com fortes dores na “boca do estomago” por estar perdendo um pouco da coragem que o atingia há pouco tempo.

Ao sentar-se à mesa para corrigir algumas notas, foi como um gatilho. Veio-lhe à mente: “daqui a pouco eu vou falar com ela”. Nesse momento ele sentiu um tiro saindo do meio do seu peito indo em direção ao seu estomago e se alojando lá a medida em que respirava. O tiro fez com que o coração disparasse, as pernas tremessem e a coragem e inspiração lhe veio.

Ele queria poder tentar. O que ele mais quer é tentar. Mas seus dedos tremem de pensar. e se a única alternativa que lhe resta é catalisar o coração bombeando pelas mãos, enquanto o pulso pulsa, assim o fará.

Por, Caio Cesar de Aquino