quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Foi um prazer.
E porque não falar de beijo, quando seus lábios passeiam sobre os meus, arrancando arrepios de pura tensão contrastando com “frissons” repentinos. É possível apenas uma boca proporcionar tanto prazer? Talvez meus versos sejam mais claros.
Rosto corado marcado pela foto dos meus olhos
Boca rosada matou o desejo do meu vício
Seu corpo é um espetáculo. Deixou seu perfume grudado
Se um dia ele o quiser de volta, não hesite em me avisar
Com prazer devolverei, a troco de novos beijos molhados para pagar.
Por, Caio Cesar de Aquino
Seu nome
Pois bem. Mexeram com o mais puro dos corações.
E agora eu vou falar.
Não sei quem você é,
mas sei que vai ler.
O nome Fernanda me recorda a lembrança, de dias ensolarados e noites em claro. Um rosto de menina com dignidade de mulher fez meu imaturo ser crescer e enxergar dentro do seu amor um motivo para crescer. Crescer, viver, amar e ser amado. Você foi a melhor pessoa que apareceu na minha vida, nos últimos tempos, mas infelizmente, nossas vidas tiveram fins distintos. Nossa história foi interrompida pela minha inconstância e egoísmo. Mas nada que sua compreensão excessiva não entenda.
O melhor disso tudo, é que hoje posso olhar dentro dos seus olhos, e enxergar o brilho que me cegou da mesma forma que posso beijar seu rosto, sem receio de magoar-te. Sua maturidade e entendimento superam minhas expectativas. Obrigado por ter me ensinado tanta coisa em tão pouco tempo.
Seu nome por extenso, em qualquer lugar. Seja em uma revista ou em um outdoor. Recorda-me um romantismo incondicional. Uma pessoa que se da e não economiza no seu jeito gentil e simpático. Meus lábios se divertem sobre um lindo sorriso de covinhas com dentes pequenos. E pra quem tem a sorte de experimentar, nunca esquecerá. Como lembrança que fica. Beijo doce “com sabor de fruta mordida, nós na batida, no embalo perfeito. Matando a sede na saliva”
Pois bem, não admito que falem dela, principalmente, com opiniões e/ou achismo de terceiros. Quando estes, perdidos nas incertezas da própria vida, decidem deduzir algo relacionado a gente, baseado em conclusões próprias e errôneas. “to cansando de tanta babaquice, de tanta caretice e dessa eterna falta do que falar”
É importante, antes de qualquer coisa, conhecer e analisar os fatos, se é que existe acesso ao mesmo, para depois tirar qualquer conclusão. Do contrário sua opinião não tem fundamento algum e tão pouco sentido lógico. Uma vez que sua capacidade de achar qualquer coisa em relação a mim ou a ela depende exclusivamente de fatos. Portanto, cuida da sua vida. Seja sábio que pensa e reflete antes de agir, ao contrário do tolo, que anuncia sua ignorância.
Por, Caio Cesar de Aquino
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Beleza sem rótulo.
Quando tirei esta foto, estava pensando em ti.
Quando eu associei você à flor, estava pensando em duas grandiosas belezas, muito mais do que simples rostos ou cores comuns, muito mais que uma modinha ou senso-comum. É algo que inspira poesia, ou fotografia. E dependendo do lugar, inspira até mesmo, a melodia que se dissolve sobre notas musicais harmônicas, que se convergem com uma bela poesia.
Que lábios você tem. Lindos e vermelhos. Vermelho boca. Boca de vontade. Vontade de beijar-te! Beijar-te até saciar, a minha sede, milhões de vezes, milhões de vezes...
Disse que era pra você. Referia-me à beleza encontrada na sua essência. Assim como esta flor, que no seu mais profundo interior, se mostra bela. Você assim o faz, sem ao menos perceber. Como ela.
Sua beleza me chamou muito a atenção, mais o que você é no seu contexto geral: carismática, determinada, com alta capacidade de associar conceitos, ou seja, inteligente, e “dona da minha cabeça”. Todos esses atributos excedem a sua beleza. Assim como essa flor, que esconde em seu interior sua beleza mais rara e suave, você o faz quase que imperceptível, quando sorri ou quando deixa no ar o gostinho da saudade.
Por, Caio Cesar de Aquino
Acabou o disfarce. Esta é minha cara.
Ou você prefere que eu seja desonesto e egoísta. Ficando com você, mas pensando apenas em mim. Eu sou jovem e preciso colher tudo que o mundo produz. Ora se eu quiser manter o mesmo luxo que eu vivo hoje, precisarei estudar muito para conseguir. (esse tipo de sentimento egoísta que eu digo.) em tempo hábil.
Perdi muito tempo e descobri tarde como ganhar dinheiro. Preciso ser rápido para aproveitar todas as oportunidades. Meu cérebro Não pode parar um minuto de pensar e agir. Sei que estou arriscando perder alguém muito especial, mas quando eu estiver financeiramente estabilizado, garanto que farei de você minha amada e arrancarei de você, dezenas de gargalhadas.
Batalharei, sangrarei e se preciso for, morrerei. Mas levantarei de novo, para vela sorrir. Só preciso me preparar para poder realizar o meu objetivo principal na terra: casar, e constituir família com uma amante do lar. Preciso de uma sereia do mar, precisa ser linda e bela como você. Precisa amar a família e principalmente, saber educar os filhos, além de me amar. Amar incondicionalmente, como uma mãe ama seu filho.
Acredito que o contexto social interfere gradativamente na vida intelectual e emocional de um filho e nessa fase da vida, vou querer dedicar, pelo menos metade do meu tempo a ele. E a outra a você.
Não penso em trabalhar e acumular riquezas para sempre... Que não acabam... Que nos cegam e secam. Secam a gente. Penso em me estabilizar e viver em uma casa repleta de área verde florida. Como a casa dos meus pais! E assim, viver com você, e nossos filhos, que serão indiscutivelmente abençoados por Deus e estruturados em uma excelente base familiar. E assim como eu fui, graças ao meu contexto social estruturado com atenção e modelado com amor, nos seremos. Obrigado Pai, obrigado Deus. Obrigado amor.
Por, Caio Cesar de Aquino
domingo, 25 de outubro de 2009
Do oito ao 80
é estar doente dos olhos.
Pois bem, Eu digo que,
para curar essa doenca,
basta se consentrar na imaginacao,
bem como deixá-la fluir,
de preferencia este,
sobre uma folha de papél.
Escreva sobre seus conceitos
associados mais incríveis.
Com o tempo,
a doenca se tornará uma
ferramenta de trabalho.
Por, Caio Cesar de Aquino
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Momento de descontração
Personanges: Caio Cesar de Aquino e Nelson Dantas ;D
Por, Caio Cesar de Aquino
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Me responde uma coisa?
São 3 da manhã e eu prometi responder hoje as suas perguntas:
“Porque a gente é assim”?
Quanto mais perto estou de você mais te quero.
E quanto mais longe estou, mais minha amante saudade bate à porta.
Esse contraste passional que enfrentamos, acredito que faz parte de um processo de aperfeiçoamento pessoal e sentimental.
Claro. Ir embora para fugir do descontrole é covardia, assim como ficar em dúvida é um tanto quanto contraditório. Mas o fato é que tantos questionamentos aprimoram nossa forma de pensar e agir diante de novas situações similares ou não.
Afinal, no fundo herdamos dos portugueses uma boa dosagem de lirismo, o que nos amolece o coração gerando essas dúvidas e desejos tendenciosos ao equivoco.
[...] Brigo eu, você briga também. Por coisas tão banais [...] Altemar Dutra.
Por, Caio César de Aquino
Reconhece a queda. E não desanima, levanta sacode a poeira e da a volta por cima.
O medo não está em tentar. Consiste no pensar, que está dentro do consciente, que antes mesmo de pensarmos em executar, o obstáculo lá estará: o medo ou a vergonha a te assombrar.
Simplório ou complexo. Cada pessoa é no espelho, um diferente reflexo, que gera lutas que diferem das minhas ou das suas. Cada identidade é um abismo profundo de verdades ocultas. Cada indivíduo possui a sua.
A boa notícia é que tanto a vitória quanto a derrota engrandece o ser, no entanto, é preciso lutar para conquistar um destes planos. Se livrando do medo ou da vergonha. E em poucos anos se tornar um veterano.
Comece se livrando da vergonha, quando esta, se infiltrar no seu corpo lhe fazendo perder a voz ou corando o rosto, ignore-a e pense que todos ao redor são seres humanos como você. Deixe seu ser voar por ares tranqüilos, abandonando o medo de lutar e olhando pra frente com perseverança, determinação e entusiasmo para revidar.
Livre-se do medo de uma vez por todas. Lembre-se das pessoas que não tem a mesma oportunidade de perseverar para conquistar um lugar na sociedade. E não seja apenas mais uma pessoa que chegou e foi embora sem deixar ao menos um ensinamento, de como aproveitar a vida, superando o medo e exaltando a felicidade após ultrapassar as barreiras de grandes dificuldades.
Por, Caio Cesar de Aquino
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Ética Quântica ou Quantificação da ética.
Ainda que a ética seja estudada há mais de dois mil anos, quer a ética deontológica, a ética religiosa, a ética das virtudes de Platão, a ética aristotélica ou mesmo a ética cristã, nunca se falou ou se escreveu tanto sobre ela quanto nas últimas décadas, sobretudo pela percepção mais apurada da natureza e do mundo pela contemporaneidade do animal homem, bem como pela observação mais atenta da relação entre estes e entre si. E é desta relação e conexão existente entre o Homem, a natureza, o mundo e o universo, que concebemos a teoria da ética quântica, que pela primeira vez é abordada através do presente artigo.
Ao trilharmos os caminhos da ciência e da filosofia, se já não é tão fácil definir ética, Álvaro L. M. Valls nos dá esta assertiva prelecionando em seu livro “O que é ética?” (1996), que “a ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o que são, mas que não são fáceis de se explicar”, mais difícil ainda seria definir ética quântica, porquanto o presente ensaio não pretende dar respostas prontas, mesmo porque, não existem. Porém, a intenção é levar o leitor aos conhecimentos que propiciam o estudo e a reflexão sobre esta nova teoria, e não levar os conhecimentos prontos ao leitor.
Seria uma erronia filosófica muito grande julgar que para se entender esta nova teoria seriam necessários estudos preliminares de física quântica, que em contraponto à física clássica, ela é o reino de todas as possibilidades e potencialidades, ao passo que esta última, a clássica, é reino das ciências e dos resultados exatos. Assim, a teoria da mecânica newtoniana (mecânica clássica), ou seja, numa correlação análoga com a ética clássica, abre espaço para um estudo mais profundo: a mecânica ondulatória (mecânica quântica), que nos propicia uma nova visão da ética, qual seja, a ética quântica, que surge a partir da investigação dos fenômenos ocorrentes das mais ínfimas e discretas ações e pensamentos humanos.
Ainda que não haja a intenção de transmitir conhecimentos prontos, clássicos, cremos ser necessário aproximar o leitor de alguns conceitos, para uma melhor compreensão da teoria quântica da ética. Assim, no Dicionário Oxford de Filosofia (1997), Simon Blackburn nos dá a seguinte definição: “Ética é o estudo dos conceitos envolvidos no raciocínio prático: o bem, a ação correta, o dever, a obrigação, a virtude, a liberdade, a racionalidade, a escolha”.
Segundo Álvaro Valls, nos diversos diálogos de Platão (428-348 a.C.), ele vai organizando um quadro geral das diferentes virtudes, elencando as quatro principais: Justiça (dike), “a virtude geral, que ordena e harmoniza, e assim nos assemelha ao invisível, divino, imortal e sábio”. Prudência ou Sabedoria (frônesis ou sofía) “é a virtude própria da alma racional, a racionalidade como o divino no homem: orientar-se para os bens divinos. Esta virtude, que para Platão equivale à vida filosófica como uma música mais elevada, é aquela que põe ordem, também, nos nossos pensamentos”. Fortaleza ou Valor (andréia) “é a que faz com que as paixões mais nobres predominem, e que o prazer se subordine ao dever”. E a quarta e última, Temperança (sofrosine) “é a virtude da serenidade, equivalente ao autodomínio, à harmonia individual”.
Assim, Valls continua prelecionando, que “o que mais caracteriza a ética platônica é a idéia do Sumo Bem, da vida divina, da equivalência de contemplação filosófica e virtude, e da virtude como ordem e harmonia universal. A distância entre as virtudes intelectuais e morais se assemelha muito à pratica teórica”.
Aristóteles (384-322 a.C.) nos ensina em sua obra “Ética à Nicomaco”, que: “No que diz respeito à justiça e à injustiça devemos indagar com que espécie de ações se relacionam elas, que espécie de meio-termo é a justiça, e entre que extremos o ato justo é o meio-termo.” Considerando que a justiça é uma das virtudes éticas de Platão, Aristóteles escreve que “Segundo a opinião geral, a justiça é aquela disposição de caráter que torna as pessoas propensas a fazer o que é justo; e de modo análogo, a injustiça é a disposição que leva as pessoas a agir injustamente e a desejar o que é injusto”. Este grande filósofo e pensador também escreveu: "O objetivo da ação moral é a justiça, assim como, a verdade é o objetivo da ação intelectual."
Em seu livro Ética é Justiça (2000), Olinto Pegoraro diz que “para Aristóteles, cidadão justo é aquele que cumpre a lei e respeita a igualdade entre os outros. A justiça é a virtude da cidadania, na qual, cada um, por sua própria formação trata todos igualmente”. Assim, Pegoraro afirma que “se praticássemos essa virtude os tribunais teriam muito pouco a fazer. Se eles existem e são tão solicitados, é porque nós não estamos praticando a virtude da justiça, da cidadania”.
Após referenciar algumas virtudes que norteiam a ética e antes de conceituarmos ética quântica, lembramos que para São Thomas de Aquino (1225-1274), “a justiça engloba simultaneamente todas as virtudes; ela é a virtude maximamente perfeita”, podemos dizer que ética é também um conjunto da prática dessas virtudes, e como escreveu Aristóteles, “a felicidade consiste em fazer o bem”.
Dentro desta difícil missão de conceituar, a primeira idéia que nos surge é que a teoria da ética quântica se fundamenta na “quantificação da ética”, que é a transição do conceito clássico e contínuo para o conceito quântico, em que as mais simples ações humanas representam a somatória de um conjunto de subações humanas ou naturais. Considerando que o homem é o conjunto de suas escolhas, podemos afirmar que a somatória de suas subações e de seus pensamentos mais íntimos podem afetar o meio em que vivemos, podendo acionar uma avalancha de acontecimentos no micro e no macrocosmo, pois há uma conexão e relação entre tudo e entre todos.
Ainda que não seja de fácil entendimento, os iniciados no conhecimento têm uma consciência mais ampla da realidade, do que é real. O Prof. Dr. José Pedro Andreeta e sua esposa, a Dra. Maria de Lourdes, citam em seu livro “Quem se atreve a ter certeza? A realidade quântica e a filosofia” (2004), que “na visão de Walter Heitler, o mundo quântico era um todo indivisível. Ele afirmava que ‘mesmo que pareça óbvio que existam partes e contornos, a realidade é um todo inseparável’.”
Segundo o físico Werner Karl Heisenberg, prêmio Nobel de física em 1932, um dos criadores da física quântica, “a nossa realidade é meramente semi-real e adquire o status de uma realidade completa somente durante o ato da observação”. Heisenberg disse que “nos experimentos sobre os eventos atômicos, nós trabalhamos com coisas e fatos, com fenômenos que são tão reais como todos os fenômenos da vida diária. Mas os átomos e as partículas elementares por si mesmos não são reais: pertencem mais a um mundo de potencialidades ou possibilidades do que das coisas e dos fatos”.
Partindo desses princípios quânticos, a ética quântica consiste nas mínimas ações ou mesmo nos mais minúsculos fragmentos de nossos pensamentos, ou seja, devemos reaprender e registrar a ética dentro de nós, em cada um de nossos pensamentos, em cada uma de nossas células, e nos policiar para praticá-la de dentro para fora. Um bom início para esta prática é sermos éticos para conosco mesmos, pois se assim o formos, seremos éticos para com o universo. Aleksei Konstantinovitch Tolstoi (1817-1875), nos ensina que "Não adianta cada um pensar em mudar a humanidade sem pensar em mudar a si mesmo".
No campo quântico, “a consciência é a base do Ser”, e esta consciência é seguramente cósmica. Sendo assim, quem alcançou e reconheceu a verdade não tem nenhum fundamento que justifique a prática da injustiça, pois praticá-la em detrimento a outrem ou ao meio, é praticá-la contra si mesmo. Ao compreender e praticar este princípio, alçará a liberdade na plenitude do exercício de todas as possibilidades e potencialidades, e conhecerá e viverá a paz.
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* João Augusto Cardoso é professor de ensino superior na Universidade Paulista, campus de Limeira, e advogado. Mestre em Direito (UNIMEP) e Doutorando em Ciências Jurídicas e Sociais (UMSA). Artigo concluído em 25/06/2006.
Por, Caio Cesar de Aquino
Ler e Prazer
Nietzsche estava certo: “De manhã cedo, quando o dia nasce, quando tudo está nascendo – ler um livro é simplesmente algo depravado...” É o que sinto ao andar pelas manhãs pelos maravilhosos caminhos da Fazenda Santa Elisa, do Instituto Agronômico de Campinas. Procuro esquecer-me de tudo que li nos livros. É preciso que a cabeça esteja vazia de pensamentos para que os olhos possam ver. Aprendi isso lendo Alberto Caeeiro, especialista inigualável na difícil arte de ver. Dizia ele que “pensar é estar doente dos olhos...” Mas meus esforços são frustrados. As coisas que vejo são como o beijo do príncipe: elas vão acordando os poemas que aprendi de cor e que agora estão adormecidos na minha memória. Assim, ao não pensar da visão une-se o não pensar da poesia. E penso que o meu mundo seria muito pobre se em mim não estivessem os livros que li e amei. Pois, se não sabem, somente as coisas amadas são guardadas na memória poética, lugar da beleza. “Aquilo que a memória amou fica eterno”, tal como o disse a Adélia Prado, amiga querida. Os livros que amo não me deixam. Caminham comigo. Há os livros que moram na cabeça e vão se desgastando com o tempo. Esses, eu deixo em casa. Mas há os livros que moram no corpo. Esses são eternamente jovens. Como no amor, uma vez não chega. De novo, de novo, de novo...
Um amigo me telefonou. Tinha uma casa em Cabo Frio. Convidou-me. Gostei. Mas meu sorriso entortou quando ele disse: “Vão também cinco adolescentes...” Adolescentes podem ser uma alegria. Mas podem ser também uma perturbação para o espírito. Assim, resolvi tomar minhas providências. Comprei uma arma de amansar adolescentes. Um livro. Uma versão condensada da Odisséia, as fantásticas viagens de Ulisses de volta à casa, por mares traiçoeiros...
Primeiro dia: praia; almoço; sono. Lá pelas cinco os dorminhocos acordaram, sem ter o que fazer. E antes que tivessem idéias próprias eu tomei a iniciativa. Com voz autoritária dirigi-me a eles, ainda sob o efeito do torpor: “Ei, vocês... Venham cá na sala. Quero lhes mostrar uma coisa...” Não consultei as bases. Teria sido terrível. Uma decisão democrática das bases optaria por ligar a televisão. Claro. Como poderiam decidir por uma coisa que ignoravam? Peguei o livro e comecei a leitura. Ao espanto inicial seguiu-se silêncio e atenção. Vi, pelos seus olhos, que já estavam sob o domínio do encantamento. Daí para frente foi uma coisa só. Não me deixavam. Por onde quer que eu fosse, lá vinham eles com a Odisséia na mão, pedindo que eu lesse mais. Nem na praia me deram descanso.
Essa experiência me fez pensar que deve haver algo errado na afirmação que sempre se repete de que os adolescentes não gostam da leitura. Sei que, como regra, não gostam de ler. O que não é a mesma coisa que não gostar da leitura. Lembro-me da escola primária que freqüentei. Havia uma aula de leitura. Era a aula que mais amávamos. A professora lia para que nós ouvíssemos. Leu todo o Monteiro Lobato. E leu aqueles livros que se lia naqueles tempos: Heidi, Poliana, A ilha do tesouro. Quando a aula terminava era a tristeza. Mas o bom mesmo é que não havia provas ou avaliações. Era prazer puro. E estava certo. Porque esse é o objetivo da literatura: prazer. O que os exames vestibulares tentam fazer é transformar a literatura em informações que podem ser armazenadas na cabeça. Mas o lugar da literatura não é a cabeça: é o coração. A literatura é feita com as palavras que desejam morar no corpo. Somente assim ela provoca as transformações alquímicas que deseja realizar. Se não concordam, que leiam Guimarães Rosa que dizia que literatura é feitiçaria que se faz o sangue do coração humano.
Quando minha filha estava sendo introduzida na literatura o professor lhes deu como dever de casa ler e fichar um livro chatíssimo. Sofrimento dos adolescentes, sofrimento para os pais. A pura visão do livro provocava uma preguiça imensa, aquela preguiça que Barthes declarou ser essencial à experiência escolar. Escrevi carta delicada ao professor lembrando-lhe que Borges havia declarado que não havia razão para se ler um livro que não dá prazer quando há milhares de livros que dão prazer. Sugeri-lhe começar por algo mais próximo da condição emotiva dos jovens. Ele me respondeu com o discurso de esquerda, que sempre teve medo do prazer: “ O meu objetivo é produzir a consciência crítica...” Quando eu li isso percebi que não havia esperança. O professor não sabia o essencial. Não sabia que literatura não é para produzir consciência crítica. O escritor não escreve com intenções didático-pedagógicas. Ele escreve para produzir prazer. Para fazer amor. Escrever e ler são formas de fazer amor. É por isso que os amores pobres em literatura ou são de vida curta, ou são de vida longa e tediosa... Parodiando as palavras de Jesus “nem só de beijos e transas viverá o amor mas de toda palavra que sai das mãos dos escritores...”
E foi em meio a essas meditações que, sem que eu o esperasse, foi-me revelado o segredo da leitura... Mas o espaço acabou... O jeito é deixar para o próximo mês...
Por, Caio Cesar de Aquino
terça-feira, 20 de outubro de 2009
A era da informação e criatividade.
Acúmulo orientado de informação = Cultura
Origens: Caçadores e coletores nônamdes. Grupo Familiar;
Revolução (1ª Onda): Agricultura - fixação à terra. Vizinhança;
Evolução: Pecuária - excedentes, trocas, especialização. Aldeias;
Evolução: Comércio - moedas, artes, instituições religiosas - educacionais - militares. Cidades e estados;
Revolução (2ª Onda) Indústrial - Alta produção, acesso a bens, sistema financeiro, pesquisa C&T. Globalização Parcial;
Revolução (3ª Onda); Informação - Etapas: obtenção, distribuição, acesso, classificação (atual). Globalização Intensa (6 steps)
Ontem eu fui chamado a atenção por um amigo, cuja identidade não vem ao caso. O fato é que ele se queixou que meus textos são longos (e mais uma vez repito, críticas feitas pessoalmente não costumam ser tão eficazes.) e cansativos, levando o leitor muitas vezes a desistir de concluir tal prolixidade.
Mas como um mero aprendiz de redator publicitário, que nada mais faz, se não escrever o que lhe convém e levando em consideração, sempre o que meus amigos dizem, mudei alguns hábitos quanto à escrita, conforme ultimo post, Instante.
Entretanto... O mesmo amigo pede para eu escrever um pouco sobre criatividade e capacidade cerebral. Ora, como sintetizar tema tão subjetivo e amplo. É praticamente impossível. Portanto, desafia-se a tentar ler tudo e faça sua crítica.
Pois bem, farei o possível para não dar rodeios, meus caros. Irei sempre que possível, ser mais direto. Espero que gostem.
Digamos que eu descobri a criação um pouco tarde.
Um dia um professor de Arquitetura da Informação, disse que nós estávamos na profissão certa, na época certa. Quando afirmou e provou por A + B que a publicidade é o óleo que faz o motor da humanidade girar. É a publicidade que vende a medicina, a ciência, o esporte, a política, os políticos (Obama) e tudo que você seja capaz de imaginar, que através de uma persuasão lógica e criativa, possa ser vendido. Desde os princípios básicos Aristotélicos e/ou Dionisíacos, técnicas da persuasão, vêem se aprimorando a medida que novas mentes possuem entendimento suficiente para aplicá-las.
Isso me fez lembrar de um fato ocorrido semestre passado, quando eu estava enfrentando uma crise profissional/existencial, e perguntei pra um professor se a criatividade, ou a criação ou a capacidade de associar coisas “inassociáveis” ou até mesmo criar um Brainstorm, seria um dom, onde as pessoas nascem com essa dádiva, ou se seria possível praticar com o intuito de aprender a criar. Praticar de maneira que eu adaptasse meu cérebro ou até mesmo mudasse minha forma de pensar. Levando em consideração que as três noites anteriores, antes desse diálogo entre professor e aluno, eu havia passado as ultimas três madrugadas fazendo títulos para vender um batom da Avon -, onde na minha cabeça era totalmente possível criar um bom argumento para vender o meu conceito em apenas três dias (um professor de redação publicitária um dia me disse que era necessário escrever todos os dias pra treinar. Escrever até a barra do Word ficar com um milímetro de espessura e posteriormente, ler uma bula de qualquer remédio por dia para complementar a coesão.), sendo um completo leigo na área. E depois de dias tentando criar um bom título, digamos que eu já passava dos 600, que se relacionavam com cinco idéias diferentes. E pra variar, não cheguei no título bom. Porque indiscutivelmente, sabemos quando nossa criação é boa. Cansado de tentar fui consultar meu professor Diretor de criação, que mudou muita coisa na minha vida, quando disse que era possível qualquer pessoa aprender a criar. Mas foi bem claro quando disse também, que cada um achava seu próprio caminho, e que não existiam regras nem critérios (anteriormente estabelecidos por mim. Quando, nessas madrugadas escrevendo títulos e mais títulos, eu seguia algumas regras básicas que aprendemos no primeiro semestre - vulgo Brainstorm - que serviam mais para me atrapalhar que para ajudar). Entendendo o recado do professor, busquei algumas referências publicitárias (livros e filmes). Desde então acredito que posso dizer o que eu penso sobre criatividade. Primeiramente, esquece as regras. Esquece as cópias e concentra na capacidade que seu cérebro tem de associar as memórias e/ou bagagem cultural (universo cognitivo) com o raciocínio.
Quando digo para deixar de copiar e se atentar à sua capacidade de criação, estou falando para você usar seu cérebro. Ora, ao invés de assistir televisão, onde seu cérebro super evoluído está tendo um trabalho banal para decifrar tudo que já ta projetado na caixa de fazer louco. Experimenta ler um pouco mais. O brasileiro tem uma péssima influência literária. Talvez por isso sejamos emergentes. Ok. darei um exemplo para facilitar o uso do cérebro. Mais especificamente a associação entre o hipocampo com o córtex frontal.
Assista a um filme na sua singela televisão de plasma, com uma linda imagem projetada sob um cristal líquido. Digamos que nesse momento esteja passando um Mar, visto em primeira pessoa, um banhista molhando apenas os pés olhando a imensidão à sua frente. Mas não esqueça que seu cérebro está apenas copiando. Lembre-se que se sua televisão medir 29 polegadas, esse mar terá apenas este tamanho, com as quantidades de peixes e surfistas exatas. E poderia até mesmo existir uma gaivota voando. Pois bem, digamos que eu esteja esquecendo de algo. Ok, a grande vantagem da televisão frente aos outros veículos de comunicação é o fato desta ser audiovisual. Pois bem, pensamos então em alguma trilha aconchegante pro nosso protagonista. Mas o ponto que eu quero chegar é na abrangência do universo cognitivo quando utilizado. Imaginando, lendo ou escrevendo (exercitando), claro se você gostar. Porque a única forma de ampliar sua capacidade de associar idéias com memórias é com a leitura. Quando você assiste ou ouve você está copiando. Se visualizarmos um plano cartesiano a freqüência cerebral é baixa, diferente da leitura e da escrita, que proporciona uma reflexão em cima do que é lido. Mas a imagem visual da reflexão não é cópia. É racionalmente humana. Porque se fizermos esse mesmo exercício sem qualquer veículo de comunicação e eu pedir agora pra você visualizar esse mesmo protagonista olhando o mar a sua frente, quem manda agora é seu cérebro. Tudo relacionado ao mar e a sua conveniência levando em consideração o objetivo da sua campanha ou do produto, será lançado dentro da sua cabeça de forma acelerada. Tudo que remete ao mar, azul, biquíni, onda, surf, mulher, picolé, sol, sal, suor, futebol, etc. Tudo que sua mente for capaz de associar e intercalar em laços coerentes resultará em um grande conceito. Uma idéia central sintetizada em um conceito.
(Antes de continuar, é preciso citar alguns princípios básicos da semiótica em relação aos:
Signos lingüísticos: União de uma imagem acústica (Significante) - a um conceito (significado) - por meio de um laço arbitrário. Ex. (A palavra “árvore” - aspecto concreto sonoro – significante- e conceitual, abstrato, imagem mental - significado - Por, Ferdinand de Saussure)
Seu cérebro fará um filme dentro da sua cabeça em frações de segundos, que vão gerar um conceito, popularmente conhecido como Eureca, ou a maçã de Newton, ou a Iluminação e vários outros termos para a idéia. Esse conceito abre um leque de possibilidades para argumentações coerentes para persuadir um consumidor imune às infinidades de clichês que os rodeiam.
Ora, a criação se define em 99% de transpiração e 1% de inspiração? Acredito que sim. Não de forma tão radical. Mas acredito que o conceito de tal afirmação, é que a determinação e perseverança são condições necessárias para o processo.
Já ouvi dizer que nosso cérebro tem capacidade de armazenamento de 10 terabytes. Assim como já ouvi dizer que nosso cérebro passar por várias transformações ao longo da vida. Enquanto ele cresce na faze adulta, ele diminui ao longo do envelhecimento humano. Existem estudos feitos no cérebro de Einstein, que comprovam a alteração de sua massa encefálica. É provável que com uma boa carga de estudos, pesquisas e leitura, seu cérebro cresça dentro do crânio, até que uma vez não tendo mais para onde crescer ele se modifica de acordo com a sua necessidade intelectual. Que foi exatamente o que aconteceu com nosso amigo Albert Einstein, que através de estudos foi possível compreender o mistério da sua inteligência e da dignidade humana. Afinal era uma pessoa de simpática simplicidade, segundo testemunhos fraternos. E diante dessa curiosidade eu pergunto. O cérebro tem um limite de capacidade? Digamos que não necessariamente.
"Digamos que a fase criativa do cérebro está diretamente ligada à idade.
A partir dos 22 anos a velocidade de raciocínio, a visualização espacial e a capacidade de estabelecer conexões lógicas entre os fatos se encontram no auge.
De fato, a maioria das grandes descobertas matemáticas foi feita por cientistas com menos de 27 anos: Albert Einstein publicou a Teoria da Relatividade aos 26.
O americano James Watson descobriu a estrutura do DNA aos 25, John Nash, seu conterrâneo, revisou a Teoria dos jogos de maneira definitiva aos 22.
Após os 27 anos o raciocínio começa a ficar mais lento, embora não menos exato, e a visualização espacial já não é tão boa. Perto dos 40 anos, a memória entra em declínio. É a fase mais produtiva da vida dos artistas. Com objetivos claros e domínio da técnica, eles podem consolidar sua obra.
Ludwig van Beethoven compôs a Nona Sinfonia aos 54 anos.
Pablo Picasso pintou Guarneça, uma de suas obras mais conhecidas, aos 56.
Aos 60 anos A capacidade de acumular conhecimentos entra em declínio. Mas é na maturidade que os escritores têm sua melhor fase (Um dia eu chego lá).
Machado de Assis escreveu Dom Casmurro, sua obra mais intrigante, aos 60 anos
O inglês Alfred Hitchcock dirigiu uma dezena de filmes depois dos 60 anos, entre eles os clássicos Os pássaros e Psicose.
Fragmentos extraídos da revista Veja. Ano 42 - 21 de outubro de 2009"
Portanto, meu caro amigo, acredito que estamos progredindo e que à medida que nosso entendimento supera o senso-comum, a maquina (cérebro) mais eficiente do mundo evolui da mesma forma. Agora nos basta apenas otimizarmos nosso tempo, conforme habilidade cerebral e ver o que acontece num futuro bem próximo.
Por, Caio Cesar de Aquino
domingo, 18 de outubro de 2009
Instante.
Vindo de dentro
matando a sede na saliva
Que delícia o seu sabor.
É único.
É seu.
Foi meu.
Por um instante.
A verdade é que existem algumas bocas que com um simples toque são capazes de produzir calor suficiente para confundir a razão. Mesmo que os gostos não se encontrem novamente, seu sabor flutuará pelos meus sentidos, caminhando lentamente. Até que, se demorar muito, se cristalizarão, impedindo o surgimento de um grande amor. O que não é muito incomum.
Dizem que um beijo é pouco. Eu acho que um beijo é muito. É a base do sexo. É nos segredos de um beijo, que se esconde todo o desejo, pois se alguém, que ja viveu a experiência de lutar desesperadamente por um único beijo, sabe que o momento em que as carnes se fundem, o corpo todo viaja por sensações incríveis nunca vividas antes, levando muitas vezes o indivíduo a fazer confusões lógicas de carater. Talvez seja por esse motivo, que após beijar-me, os seus olhos perderam a minha atencão. Mas não se preocupe meu bem. É só enquanto sua linda boca a rouba. Por um instante. Boa noite.
Desejo uma semana repleta de paz a todos.
Por, Caio Cesar de Aquino
sábado, 17 de outubro de 2009
É necessário ter boas referências para produzir boas obras.
GENTILEZA...
Afinal, fôste gentil.
Certa vez me disseste:
"- Como hei de crer nesse poeta que mil amores já cantou antes de me encontrar?"
E te fôste...
- Sim, como havias de confiar?
DE PASSAGEM...
Você passou por mim, imprevistamente,
nesse perfume...
Nesta manhã de sol
será que eu também passarei por você
num vulto anônimo qualquer,
numa fala? num gesto?
ou na própria manhã, que imprevistamente desenterra
estátuas de lembrancas, incólumes...
Ou você me esqueceu no passado,
na sombra, onde não há sol, não há talvez,
... e nem uma flor nascerá em sua lembranca
de quando em vez?
O TEU CALOR...
Chove em minha solidão.
Êste vapor que sobe do chão
é ainda o teu calor.
LÍRICA, N. 3
Para onde fôste depois que saíste dos meus bracos,
se já conhecias todos os caminhos?...
Vais te perder à toa,
agora que já tinha te achado...
LÍRICA, N. 23
E quem diria, amor, que ao amanhecer
não nos reconheceríamos,
nós que até como cegos
antes nos encontrávamos...
LÍRICA, N. 39
O pior é que não adianta fugir,
tentar evadir-se em outros olhos, em outros lábios,
em outros beijos...
Tu estás sempre presente.
E se iludo e atordôo os meus cegos sentidos,
não consigo iludir meus olhos, que te vêem
mesmo sem ti.
LÍRICA, N. 41
Depois que tudo acabou,
penso que foi melhor não ter te conhecido
antes...
Na verdade,
antes
eu tivesse te conhecido depois...
O NOSSO AMOR
Todas as respostas - eu tenho se me beijas.
Sei porque brilha o sol -
Porque sopra a brisa mansa que desfaz os meus cabelos
Etendo o marulhar incessante da onda
inquieta que
se espreguica indolente
Ah! sei tanta coisa amor - Tanta -
Não há mais mistérios -
Nem porques vazios de respostas...
Tudo existe - porque nós existimos
E porque existe este nosso amor tão grande
E esta vontade enorme que temos
de nos pertencer...
FOGO
Prostituta que fôsses eu te amaria
do mesmo modo.
O amor, como o fogo, purifica o que toca.
DEDICATÓRIA N. 1
Eu te faria um poema
à tua volta...
Não voltaste. Escrevi êste livro
à tua espera...
Fragmentos extraidos do livro de poesias de Araujo Jorge. Por, Caio Cesar de Aquino
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
O homem e seu melhor amigo.
E para falar desse tema, nada melhor que iniciar com boas referências.
"Cantado
Eu não ando só.
Só ando em boa companhia.
Com meu violão
Minha canção e a poesia" Toquinho
Engraçado, depois de tantos pensamentos e emoções, não foi registrado nem sequer uma alusão ao meu violão. Já que me veio à cabeça sua lealdade, nada melhor do que expressar em algumas palavras, sua eficiência e criatividade para aflorar novos amores. É... amores e paixões afloradas por um objeto de madeira vinculado aos meus braços. Melhor que abraço de mãe, só do meu violão, e melhor que pele de mulher cheirosa só a dele, quando estou com vontade de dedilhar sobre suas cordas. Como pele de moça nova, meus dedos encontram no toque de algumas bossas um agradável som de viola, para levar minha mente a novos ares. E me faz conhecer, assim como aquelas moças, agradáveis sensações novas.
Certa vez me perguntaram como eu me apaixonava por um novo olhar tão rápido. Pergunta fácil de ser respondida, no entanto requer um pouco de ousadia para explicar questionamento tão simplório.
Na publicidade a gente diz que a simplicidade é a essência de qualquer criação. Funciona quase do mesmo jeito.
Antes de tudo é oportuno dizer que um bom violeiro deve ser ousado e confiante. É fundamental o ato de não "amarelar".
O grande responsável por tal questionamento é a música. Composta por simples notas e harmonias musicais. Afinal, maior simplicidade que a letra de uma música é difícil de encontrar. As reais dificuldades estão nas diretrizes e tempos, mas o final do resultado é tão simples que embebeda a alma. A música possui uma influencia extraordinária no comportamento humano. Pessoas são moldadas pela música. É possível detectar traços de personalidade apenas sabendo que tipo de música a pessoa gosta. Pessoas mais ecléticas, musicalmente falando, possuem maior facilidade de comunicação, bem como adequação em qualquer ambiente seja ele profissional ou pessoal.
Sim, mas onde essas influências se encontram, diante da paixão? Claro, a paixão. Digamos que a música é o combustível.
Portanto, encaremos a música como combustível passional, admito, que pela influencia do meu violão, me apaixono por qualquer rosto bonito muito antes que o previsto. Não que aqueles que não possuem esse dom musical, não possam obter esse comportamento ou fardo para os mais melancólicos. Mas como a pergunta foi direcionada a mim, preciso expor minhas experiências.
Pois bem, aonde mesmo entra o violão diante de tantas voltas? Entra no momento que meu estado de espírito funde com o que chamamos de razão e cria uma nova concepção de sentimento. Cada novo rosto é uma nova emoção, que se desmancha, ou não, nos alicerces do meu coração. Desculpem-me, mas não resisto à oportunidade de rimar. É um vício associar.
Cada novo rosto feminino, é um novo momento com meu violão, que não só fala suas notas, mas também ouve minha voz, ou minhas prosas e até mesmo as vezes, chora comigo. Minha capacidade de amar um novo ser é controlada. Exceto quando o ser cativante invade os limites da razão. Quase sempre eu consigo controlar minhas emoções. Quase sempre, repito. Existem garotas de beleza tão excepcionais que infringem minha capacidade lógica de raciocinar o óbvio. O que gera algumas duvidas pertinentes. Uma delas seria então: "o principal motivo da minha facilidade de gostar, seria diretamente proporcional à beleza feminina"? Não necessariamente, se faz necessário frisar um trexo do nosso amigo Vinícios de moraes, que pediu desculpa às feias, por ter alegado que a beleza é fundamental, serei obrigado a discordar de tal afirmação meu caro. Não por regra e sim por respeito e boa conduta. As feias têm o seu valor na sociedade. Mas as bonitas têm algo mais. Acima do valor. Uma questão mais subjetiva, que nos levaria a uma grande discussão. O grande diferencial da cultura ocidental para oriental é o fato de esta olhar sempre pro seu próprio interior, diferente do ocidente, que valoriza o externo. Ora, meu vício em mulheres bonitas, provém da minha cultura americanizada e/ou hollywoodiana que valoriza o que é belo? E por este motivo, talvez, na maioria das vezes, as lindas, algumas vezes, conseguem ultrapassar meus bloqueios de resistência contra desilusões.
"A partir de agora, se faz oportuno enfatizar.
Em forma de crônica adaptada irei falar.
Protegerei a identidade dos meus amigos, para a exposicão de suas imagens evitar.
Mas antes, segue vídeo (convertendo),
que retrada de certa forma, minha satisfacão ao cantar".
Capítulo I – A noite da dádiva e da dúvida.
Era um final de tarde de uma terça feira, quando os pássaros já buscavam os caminhos de suas casas e o verde degradê florescente das arvores já se tornavam escuros, gerando um ar mais frio e sereno. Foi quando Alexandre ligou para o celular de Marcelo e perguntou:
- Fala Marcelo, que horas começa a festa na casa do Thiaguinho? – perguntou Alexandre com entusiasmo de sexta feira, limitando-se a sorrir.
- Fala Alexandre, eu não sei exatamente a hora, até porque as festas do Tiaguera nunca começam na hora certa. Mas, encerrando o expediente eu vou pra lá. – disse Marcelo com um tom frio e objetivo, demonstrando que estava muito ocupado no trabalho.
Thiago mora com os pais em uma enorme casa, com um vasto terreno de área verde com pomares e jardins. Ao longo da churrasqueira, se situa uma piscina aquecida com hidromassagem. Junto a ela, na lateral oposta, fica o bar, repleto de comes e bebes. Todos os eventos privados entre amigos ocorrem lá.
A casa do Thiago, é o lugar aonde os amigos se encontram semanalmente, seja pra diversão ou para trabalho. O grupo de amigos é grande, composto aproximadamente por 13 pessoas, sendo uma luta desproporcional entre os sexos, onde a quantidade de homem ultrapassa nove. Enquanto três mulheres tentam por ordem na casa, dez homens embriagados tentam por a ordem no bar! Não deixando acabar a cerveja.
Conforme a chegada dos convidados ia acontecendo, Thiago recebia-os na porta com um uísque na mão e um cigarro noutra. Logo chegam seus amigos e amigas, primeiro os cachacereiros, pois sabem o bar repleto de whiskys e espumantes que os aguardam. Depois os mais controlados e por fim os mais compromissados com suas vidas profissionais. Sempre foi assim, nesta ordem. E claro. Se existe uma ordem cronológica de chegada, o ultimo a chegar a todos os eventos merecia uma ênfase na narrativa.
Quando estavam todos aconchegados em seus lugares bebendo, fumando e conversando, surge uma buzina de corneta dupla, com um fundo musical exaltando apenas o grave, parecia uma mistura de O rappa com Aerosmith. Ouvia-se mais o contrabaixo. Então Thiago levanta para receber seu amigo atrasado. Já se passara da meia noite.
- porra Marcelo, já falei pra você não buzinar na frente da minha casa! – Disse Thiago com ar levemente embriagado.
- foi mal papi, é porque eu amo a minha buzina. E não tem lugar no mundo melhor pra buzinar do que na frente da sua casa! Desculpa, não resisti mais uma vez. – disse ele com soando indiferença e deboche, como alguém que trabalhou mais de 14 horas e não vê a hora de ser “hidro” massageado.
- sério. Você sabe que eu fico indignado quando você faz isso. – insistiu Thiago na xaropada.
- Desculpa papai, já falei que foi uma brincadeira. Para de xaropar ai e me ajuda com os instrumentos. – acrescentou Marcelo novamente, indiferente à reação psica do seu amigo chato.
Ao chegar à entrada que da para o salão de jogos, que fica logo a frente da piscina, Marcelo notou que tinham mais pessoas que o normal. E então de súbito lhe veio algumas lembranças do passado, que lhe causaram vertigem, afinal passara maior parte da sua vida ali. Festejando. Naquele lugar, especificamente. Ele o conhecia muito bem. Sabia que algo estava para acontecer. Uma vez ou outra saiam para bares e boates da cidade. Afinal, era racionalmente falando, mais cômodo e conveniente para o grupo de amigos se encontrarem em festas privadas, ainda mais levando em consideração que situações inusitadas, como esta que Marcelo pré-sente e possivelmente esta prestes a entrar, podem acontecer, isso sim torna excepcionalmente conveniente encontros na casa de Thiago.
Cotinua...
Por, Caio Cesar de Aquino