segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Leve então minha lembrança

Um antigo amor que a poesia me inspirou
Da minha vida partirá.
De perto para sempre,
Linda mulher, essa semana partirá.

A dor preenche intensamente meu âmago sofrido
fazendo meus olhos transbordarem
por não compreenderem triste realidade

A barriga dura e visão sem foco me fazem esquecer o tempo
Ignorar o tempo... Até desabafar. Preciso desabafar
Para assim, as entranhas amolecer

Contato já não havia mais. Não como antigamente
Mas invariavelmente, a saudade era constante
Sem saber era uma necessidade te ver,
nem que de longe fosse. Assim sempre o fazia mesmo que inconsciente

Lembro-me do início.
cabelos, boca, carícias...
contos, músicas, poesias...

Dói saber que aqueles fios dourados não mais a mim brilharão
Dói saber que minhas palavras sinceras, com o tempo, se pederão

Nunca pensei que tão doloroso seria vê-la partir
O contato que pouco existia, havia de por fim sucumbir

A tristeza que me corrompe nesse instante se faz aguda junto a dor
e me toma as lacunas mais sensíveis, abalando profundamente meu interior.

De forma inesperada que em minha vida entrou,
da mesma inesperada forma da mesma vida se retirou

A dor é forte, mas natural. O tempo se encarrega de secar suas feridas.
É sempre assim.

Feridas húmidas em tempo seco.
Mas graças a este,
aquelas hão de secar

E no fim, apenas meu amor há de ficar.
Sem dores sem traumas. Apenas a certeza
que em qualquer lugar seu rosto hei de lembrar

Boas lembranças, doces e boas lembranças
Nesse instante a dor já não vai atormentar.

E por todo o aprendizado eternamente serei grato
Vá com Deus. E vá sabendo que nunca esquecerei
da sua agradável pessoa de coração puro
que descobriu dentro dos meus olhos
Um homem apaixonado, que de tão lindo rosto, nunca se
esquecerá

"Por isso nunca desapareça, nunca me esqueça, que eu não te esqueço jamais. Eu digo e ela não acredita, ela é bonita. Demais. Eu digo e ela não acredita. Ela é bonita. É demais".

Por Caio Cesar de Aquino

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